A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova, por meio do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (Nuvepi) e da Coordenação de Assistência Farmacêutica (CAF), promoveu, no dia 12/2, o primeiro encontro presencial do ano para atualização sobre a Infecção Latente da Tuberculose (ILTB), com foco nas ações de vigilância, tratamento preventivo e ações intersetoriais em nível municipal.
A tuberculose, de natureza infecciosa, é transmitida pela bactéria Mycobacterium tuberculosis e tem como forma mais comum a pulmonar, podendo, também, atingir outros órgãos. A doença tem cura em praticamente todos os casos, desde que o paciente tome a medicação de forma regular e em doses adequadas. O tratamento dura, no mínimo, 6 meses, e é disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo dados do Boletim Epidemiológico de 2024 do Ministério da Saúde (MS), mais de 80 mil pessoas adoecem a cada ano por tuberculose no Brasil. Em 2022, foi a segunda principal causa de morte por um único agente infeccioso no país, superada apenas pela covid-19. Em âmbito regional, a SRS Ponte Nova notificou, em 2023, 97 casos da doença e registrou dez óbitos.
“Diante desse cenário, ações como diagnóstico precoce e o tratamento preventivo da doença são essenciais para alcançar a meta adotada pelo governo brasileiro de eliminar a doença como problema de saúde pública até 2030, em consonância com as recomendações da Organização das Nações Unidas (ONU) e antecipando a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) para 2035”, destacou a referência técnica do Nuvepi, Dádiva Rodrigues.
Encontro
O encontro teve como público alvo representantes das coordenações de Vigilância em Saúde e Epidemiológica e farmacêuticos (as) municipais. Os presentes tiveram acesso aos dados epidemiológicos da tuberculose em nível mundial, nacional e regional e se inteiraram sobre a importância da identificação dos casos ILTB como estratégia para prevenção de novas ocorrências e interrupção da cadeia de transmissão da doença.
Os profissionais também puderam conhecer mais sobre os exames para diagnóstico da ILTB e foram atualizados sobre as indicações para o tratamento preventivo. Também foi apresentado um passo a passo sobre como realizar o acesso, digitação, transferências e encerramento de casos em sistema específico e, oportunamente, foi realizada a coleta de dados para cadastro das novas referências municipais no sistema.
Segundo Dádiva, o encontro permitiu alinhar informações sobre a ILTB com os profissionais municipais que já estão há mais tempo atuando com o Programa de Controle da Tuberculose e, principalmente, para contribuir com os novos profissionais que estão iniciando o trabalho após mudança nas gestões municipais. “Reforçamos a necessidade de as informações apresentadas chegarem até os profissionais que atuam na assistência, para que todos contribuam para a identificação e o tratamento dos casos e, consequentemente, para o controle da doença”, frisou.
Para o coordenador da CAF, Marcos Luiz de Carvalho, reuniões como esta, com a participação das referências municipais das áreas de Vigilância e Assistência Farmacêutica, são muito boas para o compartilhamento de experiências. “Nesses espaços, é possível sanar dúvidas e buscar soluções conjuntas para as demandas, reforçado a necessidade de as equipes municipais trabalharem de forma multissetorial”, pontuou.
Carvalho comentou, ainda, sobre a oportunidade de repasse de novas informações aos profissionais de saúde relacionadas ao tratamento preventivo da tuberculose (TPT), principalmente aos farmacêuticos e farmacêuticas. "Desde o final de 2024, por meio da nota técnica nº 15, o MS orienta os farmacêuticos quanto à possibilidade de solicitar exames, acompanhar e prescrever tratamento para pacientes elegíveis para TPT, juntando-se aos médicos e enfermeiros, que já possuíam tais atribuições”, completou.