A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realizou, nesta quinta-feira (13/3), a primeira reunião do Grupo Condutor Estadual de Saúde Indígena de 2025. O encontro tem o objetivo de colocar em pauta as demandas específicas dessa população, abordar questões relacionadas à saúde da mulher, qualificar a assistência e monitorar a aplicação da política de saúde indígena nos municípios que possuem comunidades aldeadas no estado.

De acordo com a diretora de Gestão da Integralidade do Cuidado da SES-MG, Lírica Mattos, é necessário conhecer a realidade enfrentada pelos povos indígenas nos territórios para que as políticas públicas ofereçam benefícios reais para essas pessoas.

Foto: Poliana Gois

“Esse encontro é um momento ímpar, não só de diálogo, mas de construção e escuta para que as lideranças indígenas compartilhem conosco suas carências e dificuldades, nos auxiliando na construção de uma política que tenha um olhar de cuidado para todas as pessoas, sem distinção”, ressaltou. 

O representante das lideranças indígenas, Alexandre Pataxó, destacou a importância da participação dos representantes das aldeias para que haja melhoria na prestação dos serviços de saúde.

“Para nós, é essencial que os membros da nossa população sejam ouvidos, para mensurar como o serviço está sendo prestado. Contamos com os representantes da SES-MG e dos municípios para fazer, juntos, a avaliação da política que vai melhorar a qualidade de vida do nosso povo nas comunidades ”, comentou.

O Governo Federal instituiu a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas em 2002 e o Governo de Minas começou a fazer o cofinanciamento dessa política em 2006, realizando repasse de recursos financeiros para os 21 municípios do estado que possuem comunidades indígenas aldeadas, para auxiliar a Atenção Primária, no total de mais de R$3,7 milhões anuais.

A referência técnica da Coordenação de Saúde Indígena e Políticas de Promoção de Equidade da SES-MG, Lara Kunzi Pedrosa, explica que além de acolher os pedidos dos membros das comunidades, durante a reunião é feito um acompanhamento da aplicação desse recurso, para avaliar possíveis mudanças e pontos de melhoria.

“Realizamos o monitoramento do recurso estadual, discutimos os avanços que podem ser feitos e escutamos os municípios para acompanhar a aplicação do recurso no atendimento à população. Também apresentamos um projeto para qualificar a assistência hospitalar e especializada aos povos indígenas, incluindo questões específicas da saúde da mulher”, pontua.

“É necessário ter uma linha de cuidado direcionada, porque essa população possui determinantes sociais de saúde específicos, como a distância das aldeias até os centros urbanos, onde estão as unidades de assistência, além das barreiras culturais e linguísticas”, completa Lara Kunzi.

A reunião do Grupo Condutor Estadual de Saúde Indígena acontece anualmente ou até duas vezes por ano e conta com a participação de lideranças indígenas, dos secretários municipais de Saúde das cidades que possuem população aldeada, além de representantes do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG), da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) e da SES-MG.

Por Jornalismo SES-MG